terça-feira, 26 de maio de 2009

o Candomblé de Angola




Segundo o pesquisador e babalaô Pierre Fatumbi Verger, sob o égide da Igreja Católica os pretos de Angola formavam a Venerável Ordem Terceira do Rosário de Nossa Senhora das Portas do Carmo, fundada no Pelourinho. Os gêges reuniam-se sob a devoção de Nosso Senhor Bom Jesus das Necessidades e Redenção dos Homens Pretos, na Cidade Baixa. Os Nagôs, cuja a maioria pertencia à nação Kêto, formavam duas irmandades: uma de mulheres, a de Nossa Senhora da Boa Morte; outra reservada aos homens, a de Nosso Senhor dos Martírios.
Várias mulheres energéticas e voluntariosas, originárias de Keto, antigas escravas libertas, pertencentes à Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, teriam tomado a iniciativa de criar um terreiro de candomblé chamado Iyá Omi Àse Àirá Intilè, numa casa situada na Ladeira do Berquo, próxima à Igreja da Barroquinha.
No Brasil, foram concebidas aquilo que conhecemos como nações-de-santo, isto é, o Candomblé de Angola, o Candomblé de Keto, o efon ou jeje, o Ijexá e algumas praticamente extintas como o Xambá e o Malê.
No caso específico da nação de Angola, sua denominação mais comum, os escravos trazidos da África eram provenientes de Angola e do Congo e falavam inúmeros dialetos, com predominância do kimbundu (da Angola) e o kikongo (do Congo).
No Brasil, angolanos e congoleses foram misturados e vendidos genericamente como escravos. Para os senhores de engenhos e mercadores, eles não passavam de uma só coisa eram negociados como negros bantos, denominação da etnia.
Dessa forma, os escravos desses dois países africanos passaram a conviver em senzalas como filhos da mesma terra, com idiomas, rituais e costumes bastante parecidos. Em maior número, os angolanos fizeram predominar seus fundamentos religiosos e mesmo seu dialeto mais conhecido o kimbundu, com o passar dos tempos, angolanos e congoleses não eram mais diferenciados, bem como seus rituais religiosos. Em linhas gerais, tudo que se referia aos negros bantos era conhecido como parte do ritual da nação Angola.
A sobrevivência dos costumes e rituais religiosos só foi possível graças a um enorme esforço de seu povo, que, mesmo humilhado e vilipendiado, conseguiu levantar a tradicionalíssima bandeira branca de Kitembu, patriarca dos angoleiros, mantendo viva a nação até hoje.

sábado, 23 de maio de 2009

Kitembo: Rei de Angola. Senhor do tempo e estações.



Você identifica uma roça de Candomblé de Angola, antes mesmo de entrar: Basta ver uma aste com uma bandeira branca, que representa o Rei da Nação de Muxicongos: Tempo.

E tempo também é Orixá, ou seja, podem haver juntos onde Kitembu é o "Santo" de cabeça ou 1º e 2º. São pessoas instáveis e equilibradas, impetuosas e sensatas, frias e sonhadoras, calculistas e vulneráveis, amigos e traidores....e por aí vai.

Filhos deste Orixá são destemidos por demais e pouco amorosos, uma vez que seu elemento é o fogo. Jamais serão subalternos, pois a instabilidade e a vulnerabilidade que rege um filho de kitembu é a sua maior característica.

Geralmente é difícil encontrar um Yaô que tenha Tempo como Santo de Cabeça, uma vez que esse filho pode chegar a estado de loucura total; assim sendo, com permissão de Oxalá, toma-se a frente Ogum ou Iansã como primeira “Santa”. Mas saliento que é raro encontrar um Yaô que tenha Kitembu como dono da cabeça.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

UMA CURIOSIDADE SOBRE O CANDOMBLE


sabiam que ao contrário do que muitos pensam, a "Sexta-Feira" é um dia "Sagrado" em Candomblé de Angola?

Em respeito ao Orixá Oxalá, que "rege" este dia, nada se faz em roças de Angola: Rezas, Banhos, Obrigações.....

Podemos observar dias de sextas-feiras, muitos filhos de Oxalá vestidos de branco da cabeça aos pés caminhando pelas ruas.

Oxalá é considerado Pai de todos os orixás. Nenhuma "obrigação" em Candomblé é praticada sem passar primeiro por Lembá.

domingo, 17 de maio de 2009

candomble


As religiões afro-brasileiras são todas as religiões que tiverem origem africana e foram trazidas para o Brasil pelos negros africanos, na condição de escravos. Existe desde os tempos mais remotos daquele continente, que é o berço da terra.São em media 14 religiões que estão espalhadas por todo o território brasileiro. As religiões afro-brasileiras na maioria são relacionadas com a religião yorùbá e outras religiões tradicionais africanas, é uma parte das religiões afro-americanas e diferentes das religiões afro-cubanas como a Santeria de Cuba e o Vodou do Haiti pouco conhecidas no Brasil.


À primeira vista para os leigos, o Candomblé é uma coisa só. Mas, não é bem assim. Existem vários grupos, onde o mais expressivo, sem dúvida, é o grupo Yorùbá (na atualidade). Na época do tráfico de escravos, vieram muitos negros oriundos de Angola e Moçambique: os Bantos, Cassanges, Kicongos, Kiocos, Umbundo, Kimbudo, de onde se originou o “Candomblé Angola”, facilmente reconhecido por quem é da religião, pela maneira diferente de falar, cantar, dançar e percutir os tambores, o que é feito com as mãos diretamente sobre o couro com ritmos e cadências próprios, alegres e ligeiros.
O Candomble que é o culto dos orixás de origem temática e familiar praticada em alguns países da America latina, o candomblé tem por base a anima (alma da natureza) sendo, portanto chamada de animista foi desenvolvida pelos sacerdotes africanas trazidos da áfrica para o Brasil como escravos juntamente com seus orixás/inquices/vodus sua cultura e língua.
0 CANDOMBLÉ à uma estrutura de culto às forças da natureza, à um hino à vida como Eterno Movimento, que se manifesta nas danças, nas cores dos ORIXÁS, nos alimentos sacramentais. Ritual comunitário de cantos, danças e alimentos sagrados na sua forma pública, o Candomblé é sacra mantido pelo Pai ou Mãe de Santo, pelos Filhos de Santo, pelos tocadores de atabaque (OGAN), que entoam os cantos sagra dos possibilitando a vinda do ORIXÁ, com a participação da comunidade dos mais velhos às criancinhas. Todos cantam e saúdam os ORIXÁS, executa a dança sagrada, num hino à Alegria, Amor e Partilha. O CANDOMBLÉ expressa-se nos terreiros ou roças, onde se cultuam os ORIXÁS e os ancestrais ilustres. 0 terreiro contém dois espaços, com características e funções diferentes: (a) um espaço urbano, construído, onde se dá a dança; (b) um espaço virgem (árvores e uma fonte, equivalentes à floresta africana), que é considerado sagrado
0 chefe supremo do terreiro é o BABALORIXIÁ ou IYALORIXÁ (pai ou mãe que possuem o ORIXÁ). Eles são detentores de um poder sobrenatural - o AXÉ, a força propulsora de todo Universo. 0 AXÉ impulsiona a prática sagrada que, por sua vez, realimenta o AXÉ, pondo todo sistema em movimento.

os orixas


Antigamente, os orixás. eram homens.
Homens que se tornaram orixás por causa de seus poderes
Homens que se tornaram orixás por causa de sua sabedoria.
Eles eram respeitados por causa da sua força.
Eles eram venerados por suas virtudes.
Nós adoramos sua memória e os altos feitos que realizaram.
Foi assim que estes homens se tornaram orixás.
Os homens eram numerosos sobre a terra.
Antigamente, como hoje,
muitos deles não eram valentes nem sábios.
A memória destes não se perpetrou.
Eles foram completamente esquecidos. Não se. tornarão oríxás. Em cada vila um culto se estabeleceu sobre a lembrança de um ancestral de prestígio e lendas foram transmitidas de geração em geraçao
para render-lhes homenagens.

sábado, 16 de maio de 2009